A Semana do Presidente

novembro 27, 2009

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(Para os que não sabem, o título do post se refere a um programinha chapa-branca que era exibido no SBT desde o governo Figueiredo.)

Interessante texto de Diogo Mainardi sobre ‘Lula, o Filho do Brasil’ e seu produtor. No quarto parágrafo, é citado como exemplo de propaganda pró-Sarney um filme chamado ‘Maranhão 66’, o qual foi meio que ‘apagado’ da filmografia oficial de Glauber Rocha:

http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/na-revista/quem-e-o-filho-do-brasil

Sobre ‘Maranhão 66’, leia em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Maranh%C3%A3o_66


Mais sobre Bastardos Inglorios

novembro 15, 2009

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Por Mauricio O. Dias – comoeueratrouxa

Ainda sobre ‘Bastardos Inglórios’, li um texto do crítico de cinema Luiz Nazario no site http://www.criticos.com.br (link ao final deste texto). Ele acusa o filme de sadismo, não sem boa dose de razão. No entanto, ao longo da crítica, parece levar ‘a obra’ a que se refere por demais a sério. Uma coisa é um filme que se pretenda sério ou fidedignamente histórico apresentar distorções; outra coisa é um filme como ‘Bastardos…’, o pastiche do pastiche.

Pode-se (e deve-se) reclamar da transformação da brutalidade em espetáculo – e Nazario aponta corretamente as cenas em que ocorre a banalização da violência.

Ele também aponta a contradição entre uma moça do interior da França de repente ressurgir como uma dona de cinema e expert em cinema alemão. De fato, em 1940, interior era interior mesmo; não tinha internet, TV (ainda mais a cabo) e livrarias.com pra você pedir livros – provavelmente não havia nem telefone nas redondezas. Ser criado neste ambiente deixaria marcas num indivíduo que seriam indeléveis em curto prazo. Li em algum lugar que Tarantino chegou a escrever a explicação de como a personagem se tornou dona de cinema, e acabou optando por não incluí-la no filme.

Mas um filme em que o sargento Hugo Stiglitz (personagem assim “batizado” em homenagem a um ator mexicano), ao encontrar um nazista na cama em que este dormia, acorda-o, e o mata enfiando seu punho na boca do sujeito, ora, isto não se pretende ser levado a sério.

Em ‘Caçadores da Arca Perdida’, há a cena em que um beduíno surge diante de Indiana Jones com uma espada, cimitarra, e excuta vários movimentos, demonstrando ser muito hábil com aquela arma. O herói então, saca seu revólver e dispara contra o sujeito, que cai estatelado. A platéia, ao ver isto, gargalha. Alguém vai censurá-los por “rir da morte de um ser humano”? Ou é óbvio que aquilo é uma bobagem, e trata-se de algo realmente engraçado?

O meu maior medo em relação a ‘Bastardos Inglórios’ é que o lúmpem adolescente que não tem nenhuma formação nem interesse pela história recente, passe a acreditar que de fato a elite alemã foi eliminada num cinema na França. Ao falsear a história do mundo em que vivemos, este é um risco real.

O texto de Luiz Nazario pode ser lido no link

http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?artigo=1855

Outros textos meus sobre o mesmo filme:

https://comoeueratrouxaaos18anos.wordpress.com/2009/10/27/inglourious-basterds

https://comoeueratrouxaaos18anos.wordpress.com/2009/10/24/how-can-a-donkey-hit-the-bulls-eye


Um Mestre

novembro 12, 2009

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Em dezembro começam as férias escolares. A cidade do Rio de Janeiro recebe a movimentação dos turistas, que vem pra cá de olho nas praias. Ao final do mês, a cidade incha com inúmeros visitantes que vem acompanhar a queima de fogos do Reveillon. A todos que estiverem aqui  no final de 2009/início de 2010 – , e também aos locais que ainda não foram – faço um convite para conferirem um programa artístico do mais alto nível, uma oportunidade que deve ser aproveitada: uma exposição do pintor e desenhista Lydio Bandeira de Mello na Caixa Cultural (Av. Almirante Barroso 25, a um quarteirão do Metrô Carioca).

O Convite oficial do evento segue abaixo:

lydio_conviteeletronico

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Alguns exemplos de trabalhos do artista podem ser vistos no site dele – http://www.bandeirademello.art.br  – como estes, do link

http://www.bandeirademello.art.br/wp-content/themes/bandeira_/ZoomPictureApp/croquis.php?nav=galeria/croquis


Versao editada de um email mandado a um amigo

novembro 11, 2009

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Por Mauricio O. Dias – comoeueratrouxa

O tom informal deste post se deve ao fato de que ele é a reciclagem de um email mandado a Jorge Albernaz, um velho amigo dos tempos de cinema na UFF.

Jorge,
Só agora peguei o Watchmen na locadora. Por que eu ainda faço este tipo de coisa na minha idade? Bom, eu era jovem quando li os quadrinhos.
É um lixo completo, mas serviu pra eu me tocar do quão esquizofrênica era a HQ.
Vc viu o “300”? Esse então é pior ainda, e do mesmo “metteur en scène” (hahaha).
Ambos abusam de slow motions até freezes nas cenas de ação, o legado de Matrix.
O filme:
O elenco é fraco, a trama só faz sentido pra quem leu a hq, a mulher bonita que faz a Silk Spectre II sequer pode ser chamada de atriz.
Aquela trama da mãe dela ter dado pro Comediante depois de ter sido brutalizada – já presente na hq – é canalha, quase o axioma rodrigueano “Mulher gosta de apanhar”. Em live action fica pior.
O Ozymandias, que na hq era um cara fortão, é interpretado por um  magrelo (depois de escrever isto, fui ver no imdb, é o inglês riquinho do Match Point do Woody Allen, aqui com as madeixas platinadas – http://www.imdb.com/name/nm0328828/mediaindex ).

Pat Buchanan, Nixon, Kissinger, Lee Iacocca aparecem como personagens. Iacocca leva uma bala nos cornos na cena em que um pistoleiro tenta matar o Ozymandias.
Os personagens dos heróis, que na hq eram humanos, no filme são superfortes, atravessam paredes com socos e quebram ossos dos adversários com facilidade, além de levarem socos que os fazem arrebentarem pias com a cabeça  – para, logo em seguida, não apresentarem maiores seqüelas.
A única cena que acrescenta algo no filme é logo no início, quando, numa seqüência de cenas aleatórias em ritmo de videoclipe, vai-se mostrando a trajetória dos Watchmen, a passagem da primeira formação para a segunda, etc: aparece Andy Warhol em frente à serigrafias dos heróis semelhantes àquelas que ele fez de Marylin Monroe (e não é que o clipe inteiro valha à pena, é só esta passagem de Warhol, cerca de dez segundos).

A trilha sonora então é de uma obviedade assustadora. Cada capítulo da HQ terminava com uma citaçãozinha (pseudointelectual pacara***, quadrinhos com epígrafe? Nietzsche, Elvis Costello, uma salada…).
Por conta de uma dessas, quando Nite Owl e Rorschach avançam pela Antártida para encontrar o Ozymandias, Jimi Hendrix toca ‘All Along The Watchtower’: “Two riders were approaching…

Na cena do Vietnã em que Dr. Manhattan avança pulverizando vietcongues ouve-se “A Cavalgada das Valquírias”.  Pqp… “Conterrâneos Velhos de Guerra” de novo?

Aqui um textinho relacionado, que se encontra no blog do LM:

http://luizmaia.wordpress.com/2009/04/14/sadoul-kael-fonseca


Fugindo da mesmice

novembro 2, 2009

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Por Mauricio O. Dias – comoeueratrouxa

Novembro, menos de dois meses para o natal, então vai uma dica boa pra ter e dar de presente pros amigos. Os desenhistas Daniel Lafayette, Eduardo Arruda, Elcerdo e Stêvz lançaram a revista de quadrinhos ‘Beleléu’.

Comprei a revista e recomendo entusiasticamente. Misturando humor e lirismo, diferentes estilos de ilustrações, num papel classudo, formato bacana e com ótimo acabamento gráfico, este é um belo exemplo de quadrinhos alternativos – unem a liberdade que normalmente só existe para os que trabalham à margem do sistema editorial, mas ao mesmo tempo consegue fugir do padrão ‘tosco’ que costuma se ver por aí.

Poderia falar páginas sobre a ‘Beleléu’, mas o melhor que posso sugerir aos interessados é uma visita ao site da mesma (link ao final do texto). Lá há links para os blogs de cada um dos autores.

Para quem mora nas cidades do Rio, Sampa, BH e Curitiba, há os pontos de venda direta listados no link

http://revistabeleleu.wordpress.com/pontos-de-venda

Quem mora em outra cidade, pode ter sua revista Beleléu pelo correio (Envie um email para revistabeleleu@gmail.com, com o assunto “compra beleleu”.)

Site da ‘Beleléu’: http://revistabeleleu.wordpress.com